Poluição atmosférica – Parte III

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Diniz Maciel da Silva*

Neste nosso último artigo sobre poluição do ar, abordaremos os Fenômenos Ambientais decorrentes de poluentes atmosféricos. Certamente, não poderemos ignorar que esse assunto, por ser técnico, não deverá ser merecedor da atenção da maioria dos nossos conterrâneos, fato constatado nos artigos anteriores. Todavia, dentro do que a nossa limitação permite, tentaremos apresentar essa matéria o mais acessível possível. Se assim for possível.

Camada de ozônio

O ozônio presente na atmosfera terrestre é responsável pela proteção dos seres vivos contra a ação nociva dos raios ultravioletas oriundos da radiação solar. E daí? Pode-se perguntar. A interação entre o ozônio e a radiação ultravioleta, após vários processos químicos que ocorrem simultaneamente, é gerada junto à estratosfera formando uma faixa de proteção conhecida como “camada de ozônio”.

Todavia, através de procedimentos industriais, bem como, das mais diversas práticas que se apresentam no cotidiano, os gases químicos são lançados na atmosfera que facilmente atingem a estratosfera, resultando na destruição da camada de ozônio.

Como esse fenômeno é o principal responsável pela incidência de câncer de pele, certamente, através de produtos dermatológicos estaremos protegidos das incidências dos raios ultravioleta. Pronto, o problema é resolvido! Não. Há um problema de intensidade bem superior e que geralmente não é lembrado. Ou seja, esse fenômeno é um dos principais responsáveis pelas alterações no clima do planeta motivados por procedimentos irregulares originados pelos desmatamentos, emissões de gases oriundos de indústrias e automotores, esgotos sanitário, pavimentações impróprias e lixos de todas as espécies. O extraordinário em tudo isso é que o povo ainda pergunta qual seria a origem das aparições dos ciclones, tornados e, em especial, das enchentes. Merece uma meditação!

Chuva ácida

Como é sabido, esse fenômeno é bem conhecido em razão de suas origens. Seus componentes são os óxidos de enxofre e de nitrogênio que é resultante da queima de matéria orgânica em fontes fixas e móveis de energia, as quais, quando em contato com vapor de água atmosférico, produzem os ácidos sulfúricos e nítricos. Essa reação química origina a famosa Chuva Ácida responsável pela maioria das corrosões, assim como da esterilização do solo e das águas.

Inversão térmica

Outro fenômeno conhecido pela comunidade que, como os demais, são responsáveis não só pelo desconforto como, também, pelos problemas de saúde.

A inversão térmica caracteriza-se pela sobreposição de uma camada de ar quente a uma camada de ar frio, que, sendo mais pesada, fica “aprisionada” sob o ar quente. Este é um fenômeno natural que ocorre durante todo ano e, em especial, em regiões com a nossa tipicidade. Contudo, em estação fria que é predominante em nosso município, ela se manifesta próximo à superfície do solo, impedindo a formação de correntes aéreas de convecção, fazendo com que os poluentes fiquem estagnados próximos ao solo, elevando suas concentrações a níveis críticos. Elevando ainda e, principalmente, os riscos de problemas do aparelho respiratório.

Por sorte nossa, face às condições geográficas, a turbulência causada pelos ventos contribui para a dispersão vertical e horizontal dos poluentes, diminuindo suas concentrações e atenuando seus efeitos nocivos.

Claro que esses fenômenos não possuem um único autor. São de responsabilidade de toda a comunidade e, em especial, dos governantes, pois se houvesse uma política disposta em minimizá-los, certamente a história seria outra.

Entendemos que não poderemos ficar somente à mercê das condições atmosféricas. Mas, sim, solicitar aos mandatários do município um planejamento de ordem ambiental que, talvez por desconhecimento da matéria, não o empregam.

Como luz, respaldado pelas minhas atribuições de engenheiro sanitário, indico o “caminho das pedras”: Urbanismo Ambiental!

http://www.jornalagora.com.br/site/content/noticias/detalhe.php?e=5&n=19765 ACESSADO EM 18/11/11